domingo, 26 de abril de 2009

La Maladie



EGG TEMPERA

entre estas quatro paredes do atelier aguardas pelos amigos que partiram - no sonho inconsciente prossegues - diferente cada dia no incorrigível - buscas uma pintura que seduza - nuvem - obscura nave - da inquietude - quem perpetua o instável - a regra de ouro - dos mestres florentinos - o livro dell'arte de cennino d'andrea cennini - egg tempera ? - quem no tumulto da matéria se detêm - habita o resplandecente ? - quem sequioso nos incita à cegueira do propício - ruma ao farol - quem sabe - que o tempo está próximo - antes de tudo ter compreendido - ama - num vislumbre de luz - o furtivo -

Alexandre Teixeira Mendes








La pudeur de la Muse





L'obession (La maladie)




O precipício mudo – onde ecoa o anjo – espiral da luz – diminuída – o corpo no seu decair – a alma

(Alexandre Teixeira Mendes)

_____________________________________________________________



Sinergias textuais

há um corpo menos escravo por aí
que contesta o embuste do a-braço
que se torna no busto-perna-braço
que adentra o próprio corpo que habita o traço
e se quer mais alma
há um corpoabraço
desintoxicado dos barbitúricos claustrofóbicos
absolvido dessa parte material e almofadado de eridiscências
salvo de indecências platónicas e de nascimentos apocalípticos
livre de anatomias agrilhoadas em rimas canónicas
ampliado conicamente pela mera vontade poética da engenharia dos materiais metorgânicos
há um corpamplexo à soltaque se despe dos corpos inferiores
que afoga o afago no pensamento
como um ovo celeste por chocar
que desliza tela afora pela via dos membros superiores
incomensuráveis do Conselho Universal do xifoíde supra-astral
É a elegia à metáfora da fusão
a liberdade de Ayur na paleta das sinergias textuais
fora a fecundar que se fizera justiça ao genoma
e só assim puderam salvar-se uns aos outros e viver felizes para sempre
tudo porque eclodiu esse corpo com braços que esticam
como frases que não se conseguem terminar

Suzana Guimaraens

(A Alma em coisas)